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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um texto sem pé nem cabeça

1

Às vezes você pensa que se livrou do passado.
Às vezes pensa que se curou de todas as feridas que as pessoas te fizeram.
Às vezes pensa que todo o passado, não passa de algo que passou, que não é nada além de uma lembrança, somente uma (má) lembrança.
Às vezes você pensa que pensa demais e, pensando assim, distraidamente, surge alguém e te rasga, te transporta, te move no tempo como se fosse uma daquelas máquinas mágicas e te destrói.
Não quero ficar deprimida por viajar no tempo, não quero voltar pra onde a dor arde, pra onde as pessoas me oprimem.
Mas sabe, pior é quando esse alguém que te move é aquele que você ama. Muitas vezes você luta pra acreditar que existe amor, que entre vocês é tudo perfeito que não há sentimento ruim, que vocês só fariam o melhor um para o outro...
Não. O ser humano é hipócrita, é vil, é maldoso. Não gosta da felicidade alheia.
A gente ama o outro, mas ama assim, de um jeito egoísta buscando apenas a própria realização em coisas que o outro pode servir pra gente.
O amor corrói, queima, arde, maltrata. Come tudo o que te serve e te deixa sem nada.
É um vício e nada disso faz sentido.
É assim e sempre vai ser.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma dose de felicidade, duas de indiferença.

2


Existe aquela história, de esperar a tempestade passar, porque depois surge o sol, forte e ofuscante, ou o arco-íris, nítido e encantador, ou qualquer símbolo desses que te tranquiliza.
Entretanto, conosco nunca aconteceu. Nem vai acontecer...
Porque nós não nascemos para ser felizes juntos, você sabe.
Lembro de quando você surgiu na minha vida, veio assim como quem nada queria. Mas você queria ser meu amigo e você foi, por muito tempo. Por alguns anos, até. Até quando te afastei...
Deus! O que eu fiz? Essa vontade de voltar no tempo é só pra acabar com aquilo. Na verdade, queria ficar de fora... Como se o passado fosse um rolo de filme, daqueles antigos e eu ficasse de fora, vendo-o passar assim, só pra me torturar, pra me fazer pensar "Como você foi idiota!".
Mas não eu, você mesmo. Você por se aproximar de mim, você por gostar tanto de mim. Eu não valho a pena, moço... Desculpa, mas não valho. Você sim, você vale tanto, tanto, que todas as brigas e confusões giram em torno de você. Porque todos querem te ter. E, oh deus, eu não o mereço. Não, não.
E assim, do meu jeitinho discreto, frio e distante, é que me despeço. Não consigo mais lutar, como em outros tempos eu faria. Já não tenho forças e nem disposição. Eu tô cansada (e um tanto apática). Hoje sou do tipo que fica em casa, lendo o jornal de ontem, tomando café e esperando que alguém, algum dia, apareça e me diga: "Ele está feliz!"
Então respirarei aliviada. Com alguma dor no peito, mas aliviada.