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segunda-feira, 23 de junho de 2014

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A vida é isso mesmo: um enorme salão de dança. Estamos todos dançando. Conforme a música ou não. Há bailarinos exaustos, alguns inconformados, de pés doloridos, mãos calejadas. Há iniciantes, alguns desritmados, caem e levantam-se logo após a pirueta mal-sucedida. Outros desistem mesmo de dançar! Mas o que resistem, insitem e jogam-se nos braços e pernas de outros bailarinos.
De par em par, em trio, quarteto... tanto faz, o que importa é que na dança da vida ninguém dança sozinho por muito tempo. Alguns são desconhecidos, outros já se conhecem tão bem que dançam um dança refinada, cheia de afinidade e afinação (porque há música). Alguns experientes, arriscam passos ousados; os iniciantes, em sua maioria não vão além do "dois-pra-lá-dois-pra-cá". Os que estão dançando completamente no ritmo da canção também não costumam arriscar muito. Vão na valsa... 
E que canção está tocando? A canção é universal. Vai mudando conforme o espaço, conforme o tempo, conforme muda o espírito de cada um. Aguce os ouvidos e dance, dance porque o que se sabe é isso: nós estamos todos na dança.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Declaração

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Sou como um bichinho, um bichinho qualquer, bem pequeno. Imagina aí, do tamanho de uma formiga - um carrapato, uma abelha, vá lá. Por isso meu coração é pequenininho e nele só tem lugar pra um sentimento por vez. Por isso também que quando você me irrita demora pra passar, e quando passa fico assim, só amor. Toda amor. Amor dos pés à cabeça.  
Também não te falei, mas já que tô me declarando lá vai: sou dessas que gruda e não quer mais largar. Porque tu é quentinho, tu é macio e gostoso e não tem nada no mundo que se compare a ti. Na única vez que achava que podia grudar em mais de uma pessoa, agonizei, sufoquei e quase morri. Dizem que a única diferença entre o veneno e o remédio é a dosagem. Com o amor é a mesma coisa! Não dá pra amar mais do que o essencial. Hoje percebo que é impossível te amar e querer mais alguém. É completamente antinatural. Eu sou sua, você é meu. Assim mesmo: somos essa construção cheia de possessivos, porém felizes. Porém livres. E por isso mesmo eu te amo e apenas tu.



domingo, 27 de abril de 2014

Sou memória

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O cheiro daquele perfume gostoso que senti em tua nuca, quando fui te dar o abraço de despedida depois do cinema.
O gosto do chopp duplo meio quente e aguado que ainda tá na língua, desde o dia da nossa primeira noite de sexo bêbados no carro.
O som de nossas vozes cantando loucamente as mesmas canções do Dream Theater repetidas vezes e enrolando nos trechos já esquecidos ou nunca sabidos.

Somos feitos de memória. Memória e amor. Mas, se tirarmos a memória, o que sobra é pouco pra mim, porque não basta amar. Quero fechar os olhos e reviver cada momento! Gosto de lembrar para sentir tudo como se fosse a primeira vez. Não me tire isso! Quero teu cheiro, teu beijo e teus sussurros.




"Quero você inteira e minha metade de volta..."




quinta-feira, 10 de abril de 2014

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É com essa teórica falta de palavras que escrevo, como sempre fiz - depois de longas horas de reflexão - e ainda assim nunca sei por onde começar. É que agora bateu aquela vontade, sabe. Aquela que a gente sente que precisa dizer algo, mas não sabe o quê. Ou sabe que poderia falar mil coisas, mas essa desordem na cabeça não ajuda as mãos a serem mais organizadas. Aquela vontade que de tão reprimida, chega a doer aqui dentro. Dá um nó na garganta, um aperto no peito e a gente fica estático. A vida para enquanto não colocamos pra fora. Mas como é difícil, meu deus!
Talvez fosse mais simples se eu soubesse desenhar, pintar, faria uma tela e exibiria. Talvez compreendessem num minuto a intensidade do que sinto, ou talvez não, já que essas abstrações são difíceis de definir ou explicar (desenhar o quê?). Talvez se eu entendesse de algoritmos, código binário e outras nerdices, fazer um programa pra mostrar que no fim é isso e sempre vai ser! Compor uma música, quem sabe! Cantar esse sentimento bem alto, que queima aqui dentro, que é forte e só fica cada vez mais! Porque eu sei que ninguém sabe e nem teria como saber o que eu sinto (mas, e quem quer saber?). Porque é verdade, não sei demonstrar. Só sei escrever, é tudo que sei e ainda assim não é o suficiente, porque palavras podem carregar essa energia invisível que todos dizem, mas sem as atitudes, sem algo visível, é mesmo difícil de acreditar. 
Na verdade, acho que esse talento já virou sintoma.