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quinta-feira, 10 de abril de 2014

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É com essa teórica falta de palavras que escrevo, como sempre fiz - depois de longas horas de reflexão - e ainda assim nunca sei por onde começar. É que agora bateu aquela vontade, sabe. Aquela que a gente sente que precisa dizer algo, mas não sabe o quê. Ou sabe que poderia falar mil coisas, mas essa desordem na cabeça não ajuda as mãos a serem mais organizadas. Aquela vontade que de tão reprimida, chega a doer aqui dentro. Dá um nó na garganta, um aperto no peito e a gente fica estático. A vida para enquanto não colocamos pra fora. Mas como é difícil, meu deus!
Talvez fosse mais simples se eu soubesse desenhar, pintar, faria uma tela e exibiria. Talvez compreendessem num minuto a intensidade do que sinto, ou talvez não, já que essas abstrações são difíceis de definir ou explicar (desenhar o quê?). Talvez se eu entendesse de algoritmos, código binário e outras nerdices, fazer um programa pra mostrar que no fim é isso e sempre vai ser! Compor uma música, quem sabe! Cantar esse sentimento bem alto, que queima aqui dentro, que é forte e só fica cada vez mais! Porque eu sei que ninguém sabe e nem teria como saber o que eu sinto (mas, e quem quer saber?). Porque é verdade, não sei demonstrar. Só sei escrever, é tudo que sei e ainda assim não é o suficiente, porque palavras podem carregar essa energia invisível que todos dizem, mas sem as atitudes, sem algo visível, é mesmo difícil de acreditar. 
Na verdade, acho que esse talento já virou sintoma.

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